Como os jovens encaram o mercado de trabalho
Propus-me a espinhosa tarefa de reflectir e abordar sobre essa temática de utilidade pública que afecta indubitavelmente toda a sociedade em geral, enfatizando os jovens sendo estes os mais prejudicados...
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E quando abordamos temáticas desse género é inevitável que não falemos ou não o associemos a um conjunto de taxas, tais como empregabilidade, dês empregabilidade, natalidade, quiçá a taxa de licenciados, técnicos médios, técnicos de base e a outros fenómenos sociais que são oriundos até certa medida do mercado de trabalho.

Como bem sabemos o desemprego é um fenómeno universal que afecta directamente vários países do mundo, o que difere são os níveis, ora bem, no nosso caso Angola o problema é de facto muito sério, os níveis são altos e os que mais sofrem com esse fenómeno somos nós jovens que por sinal constituímos a força motriz, activa do país, embora reconheça que o estado tem adoptado políticas e medidas públicas que visam mudar, contornar o quadro actual, em abono da verdade os resultados ainda estão longe do desejado, infelizmente!

O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente nas seguintes perspectivas: Quantitativa, aumentou significativamente o número de jovens na idade activa desempregado e com formação académica e profissional (candidatos) com vontade de trabalhar e contribuir para o desenvolvimento do país, para as pouquíssimas vagas existentes e qualitativa, portanto são seleccionados os melhores nesse número significativo, embora em abono da verdade se diga que nem sempre os melhores, os mais bem preparados candidatos são seleccionados, por conta de outros critérios subjectivos e desonestos amiguismo, nepotismo, corrupção “a gasosa, o saldo” que retiram a lisura de todo o processo de recrutamento e selecção. 

Alguns jovens olham até certo ponto ao mercado de trabalho com ceticismo, desespero, expectativa e ansiedade tudo em função de escassez de vagas que há para tantos candidatos por conta de reduzidas empresas do sector privado para efeito de minimizar o número de desempregados, desse modo oferecer dignidade as famílias e realização profissional aos cidadãos.

Ora vejamos, as enchentes que verifica-se a quando de um anúncio de emprego, espelha ansiedade e expectativa e quando não bem-sucedida podem causar frustração, desespero no seio da juventude que pode dar origem há outros comportamentos indecorosos, nocivos a saúde pública, como a delinquência, prostituição, etc.

Portanto precisamos ou o estado precisa olhar nesse problema que aflige a juventude com seriedade que se impõe criando políticas que sejam de facto exequíveis, que estimulem o investimento privado, o auto-emprego, que facilitem de facto a concepção de crédito, tudo porque o estado não tem capacidade de agregar, assegurar todos os cidadãos no funcionalismo público, isso é impensável, portanto a solução passa pelo sector privado micro, pequenas, médias e grandes empresas.

Ainda dentro desse mercado de trabalho encontramos empresas que pautam por comportamentos não ético, fazendo desse modo falsos anúncios de trabalho com vagas inexistentes pensando no marketing. Por outro lado temos muitas empresas que cingem as suas exigências por um critério que considero desonesto, descontextualizado e absurdo a nossa realidade objectiva, exigem aos candidatos anos de experiência inaceitável, inacreditável, inimaginável para um país jovem com população maioritariamente jovem, em fase de formação académica, profissional, outros saindo das universidade sem experiência e a procura do primeiro emprego. 

Sejamos sérios meus senhores e cumpram orientações emanadas pela sua Excelência Presidente da República num dos seus discursos quando falava sobre o emprego e os anos de experiência que as empresas exigem. Reitero que é preciso que o estado faça mais e melhor sobre essa questão, adopte estratégias, políticas exequíveis para minimizar a taxa de desemprego, embora admita que no actual momento económico e financeiro seja mais difícil fazê-lo, não obstante, como bem sabemos minimizando o desemprego estaria o estado a diminuir outros fenómenos que decorrem do desemprego enfatizando a prostituição, a delinquência, o alcoolismo e por sua vez estaria o estado proporcionando igualdade na distribuição da riqueza, mais dignidade as famílias, bem como estaria a proporcionar inclusão social.

Att: É muito triste olhar num indivíduo formado, que passou anos e anos numa carteira, que despendeu muita energia física e psíquica, despendeu muito dinheiro na aquisição dos livros e outros materiais escolares, no táxi, perspectivando um futuro melhor, não obstante em contrapartida em função do contexto socioeconómico vê o seu sonho, o seu objectivo frustrado, no entanto apraz-me nesse momento colocar-vos a seguinte  pergunta:

Do que será desse indivíduo? Do que será os indivíduos que tem-lhe como referência tudo em função do percurso académico que o mesmo ostenta? Essas e outras situações devem merecer a nossa atenção e sobre ela reflectirmos profundamente numa perspectiva lógica!

Osvaldo P. Sumbo Manuel

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