Depois das queixas feitas pela Associação Nacional dos Cegos e Amblíopes (ANCA), por alegada falta de condições para o exercício do direito de voto dos seus associados, angolanos em Portugal, também estão preocupados quanto aos seus direitos políticos, ou seja, se eles podem ou não exercer o voto em Portugal.

Segundo à RTP, chegou esta segunda-feira, dia 23 de Janeiro, à, a petição para exigir direito de voto. De acordo com a fonte, muitos angolanos residentes naquele país, são bolseiros e temem perder as suas bolsas, porque recebem dinheiro de bancos angolanos.

"Há muito medo. Muitos dependem de bolsas de estudo que vêm de Angola, ou têm cartões de bancos angolanos", revelou um entrevistado à RTP.

Em entrevista à mesma cadeia televisiva, o angolano Estácio Miranda, residente há 28 anos em Portugal, declarou que não entende os motivos que fazem com que os cidadãos angolanos na diáspora não votem, visto que países africanos de língua oficial portuguesa e com menos recursos, criam condições para os seus cidadãos votarem no estrangeiro.

 "O Governo angolano diz que não há condições para que as pessoas de fora possam votar. Mas o que é que isso quer dizer? Há países com menos capacidade económica, como Guiné-Bissau e São Tomé, que asseguram que os seus cidadãos guineenses e são-tomenses a viver em Portugal consigam votar. Porque é que não há condições para os angolanos?", questionou Estácio Miranda.

Uma fonte da Angola-online, disse que os membros da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não chegaram a consenso em relação às regras e procedimentos para assegurar que o cidadão eleitor possa exercer o seu direito de voto no exterior do país, identificando um conjunto de problemas.