SIC diz que denúncias de Man Genas sobre o narcotráfico em Angola são infundadas
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) assegurou esta quarta-feira, 28, em Luanda, que investigou as denúncias feitas em Janeiro do ano passado pelo cidadão Gerson Eugénio Quintas "Man Gena", nas redes sociais, que acusou altas patentes da Polícia Nacional, Forças Armadas Angolana (FAA) e do SIC, de estarem ligadas ao narcotráfico, e concluiu que são infundadas.

Segundo o SIC, tudo quanto "Man Gena" denunciou na internet não está comprovado e aconselha o denunciante a apresentar provas das acusações do que delatou.

Conforme o SIC, quem acusa deve apresentar factos do que diz, sublinhando que "Man Gena" tem agora "a soberba oportunidade de as comprovar".

"Em razão da matéria, o SIC levantou e despoletou um conjunto de investigação e não conseguiu apurar os dados apresentados na denúncia. Agora que está presente às autoridades judiciárias angolanas, o denunciante tem a soberba oportunidade de ajudar as autoridades a provar os factos", referiu aos jornalistas o porta-voz do SIC-geral, superintendente-chefe Manuel Halaiwa.

Segundo Manuel Halaiwa, "Man Gena" foi encaminhado esta quarta-feira ao Ministério Público, para os passos subsequentes da justiça.

Manuel Halaiwa disse que o SIC está disponível e pronto para investigar todos os factos que forem provados.

Conforme o Serviço de Investigação Criminal, o denunciante acusou altas figuras da Polícia Nacional, das Forças Armadas, do SIC e de instituições do Estado, mas não provou nada.

Já a cidadã clemência Suzete Vume, de 26 anos, esposa do "Man Gena", disse à imprensa, numa unidade hoteleira onde esteve sob custódia do SIC, que muitas das provas foram perdidas num assalto que sofreram na sua residência em Luanda, e lamentou o facto de o esposo estar detido.

Segundo a mulher, tão logo o avião aterrou em Luanda, no domingo, o seu esposo foi logo entregue às autoridades policiais e já não manteve contacto com ele.

Serena, e sempre ao lado dos filhos, Clemência Suzete Vume disse que desde que chegou foi sempre bem tratada pelas autoridades.

"Eu e as crianças estamos bem! Quero que apenas que as autoridades soltem o meu esposo porque daqui a pouco eu vou dar à luz e precisamos dele", disse a esposa, gestante.

Clemência Suzete Vume reconhece que ela, o esposo e os filhos entraram ilegalmente no território moçambicano, mas lamentou o facto de as autoridades daquele país os ter tratado muito mal.

"Desde que chegámos a Moçambique fomos submetidos a um cárcere privado de um ano. As autoridades moçambicanas trataram-nos muito mal", referiu.

Eugénio Quintas, ou simplesmente "Man Gena", pertenceu a uma rede de tráfico de droga no País. Ficou preso durante nove anos. Depois desvinculou-se da rede criminosa e começou a colaborar com a Polícia, segundo as suas declarações na internet.

Citou nomes de alegados barões de droga em Angola, que estão ligados ao SIC, FAA, e à PN. Falou também de um navio angolano apreendido em Espanha, com drogas diversas (toneladas de cocaína). O homem acusou uma alta entidade do SIC de estar envolvida no contrabando de combustível, e falou ainda da morte de pessoas de grupos criminosos, com conivência das autoridades policiais.

O porta-voz do SIC-geral, superintendente-chefe Manuel Halaiwa, disse que o denunciante está agora a ser indiciado por vários crimes, entre os quais calúnia e difamação, assim como de ultraje à figura do PR e outros órgãos de soberania.

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