Selecção de basquetebol em cadeira de rodas corre o risco de não participar nos jogos africanos por culpa do ministério
Os atletas e a equipa técnica da selecção nacional paraolímpica de Basquetebol em cadeira de roda mostram-se preocupados pelo facto de, até agora, não saberem se vão ou não participar da 1.ª edição dos jogos africanos do Gana, devido ao silêncio do Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD), que, a 15 dias do início da competição, nada diz.

A selecção nacional de Basquetebol em cadeira de roda obteve a sua qualificação para esta competição em Abril último, no zonal da África do Sul, e de lá para cá tem vindo a preparar-se para os jogos africanos.

O silêncio por parte do Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) está a inquietar os atletas, que mostram vontade e desejo de disputar os jogos africanos no Gana no próximo mês.

O prazo para as inscrições das selecções no campeonato paralímpico africano está prestes a terminar e o Comité Olímpico Angolano (COA) tem de se pronunciar ao Comité Olímpico Africano até à próxima sexta-feira, dia 18.

Caso não haja um pronunciamento de Angola junto da organização até à próxima semana, a selecção nacional de Basquetebol em cadeira de roda poderá ficar de fora dos jogos.

A situação foi contada ao Novo Jornal, sob anonimato, por um membro do Comité Paralímpico Angolano, que lamenta que até agora o MINJUD ignore a questão.

"É a primeira edição neste formato de jogos paralímpicos africanos em cadeira de rodas e queremos muito participar. Se há ou não dinheiro que nos digam e não nos ignorem. Participámos no zonal de apuramento na África do Sul para quê?" questiona este dirigente.

No seio dos atletas e equipa técnica há uma preocupação maior, visto que há três meses que treinam para os jogos do Gana no mês de Setembro, e uma resposta negativa do MINJUD é o fim do sonho para os atletas, asseguram.

Moniz Marques "Muginga", seleccionador nacional, disse que o silêncio do Ministério da Juventude e Desportos está a frustrar os atletas, empenhados em participar na competição.

"A não ida da selecção ao Gana vai causar frustração aos atletas, visto que em Angola esse desporto é praticado de forma recreativa, os atletas não são remunerados, e, agora que conquistaram o feito de estarem nos jogos africanos onde podem conseguir alguma coisa, não ir é frustrante, de facto", desabafou o treinador.

Segundo Moniz Marques "Muginga, os atletas trabalharam muito para os jogos, mesmo sem condições. O treinador assegura que no zonal de apuramento, na África do Sul, em Abril, os atletas angolanos deixaram bons indicadores de poderem vir a conquistar o título africano.

"Queremos melhorar e esta é a nossa oportunidade, visto que somos a única modalidade que ainda não conquistou nada no continente. O atletismo e o futebol com muletas já tiveram históricos e conquistas mundiais, infelizmente o basquetebol em cadeira de rodas ainda não", lamentou.

Moniz Marques "Muginga" diz não perceber por que razão o MINJUD não se pronuncia sobre o assunto ao comité e aos atletas.

"O campeonato africano arranca no dia 5 de Setembro, estamos a menos de duas semanas, não há sinal se vamos ou não. Isso dói, frustra-nos como equipa técnica e jogadores, ninguém gosta de trabalho para o vazio", salientou o técnico.

Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou ouvir explicações do Ministério da Juventude e Desportos e aguarda uma resposta do gabinete de comunicação e imprensa.

A selecção nacional de basquetebol em cadeira de roda qualificou-se para os jogos africanos no passado mês de Abril, na África do Sul.

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