O pastor matou a fiel na Urbanização Vida Pacifica, no Zango 0, e ainda esquartejou o corpo da mulher, colocando-o numa pasta de viagem e abandonando a mala num matagal no distrito urbano do Sequele, em Cacuaco.
Contam os autos que a professora, Luzia Leonilde Fernandes de Jesus de Almeida, era madrinha da esposa do arguido, Elias Paulo Neto dos Santos, que se apresentava como pastor da Igreja Pentecostal, e abrigou o casal no seu apartamento durante anos.
Segundo a acusação, tudo começou em 2021, quando o arguido passou a apresentar um carácter duvidoso para um pastor, pois agredia fisicamente e recorrentemente a esposa no apartamento da vítima, onde viviam.
No decurso da relação e convivência em comum, o homicida passou a usar os bens e meios da madrinha da mulher sem o seu consentimento.
Conforme a acusação, certo dia o acusado usou o carro da vítima e teve um acidente que danificou a viatura, e, sem o conhecimento da proprietária, o arguido vendeu a viatura e usou o dinheiro em proveito próprio.
Face aos maus tratos à mulher e à venda da viatura sem autorização, a professora perdeu total confiança no pastore informou o ocorrido aos familiares da mulher.
Estes, por sua vez, resgataram a mulher e levaram-na para casa de um dos familiares, mas o homicida ainda assim continuou a viver no apartamento da vítima.
Escrevem os autos que com a saída da esposa, a professora Luzia Leonilde Fernandes de Jesus de Almeida ficou vulnerável e com medo do pastor, aproveitando a sua ausência durante dois dias para trocar a fechadura do apartamento para impedir a sua entrada.
Conforme a acusação, esse foi o motivo que levou o arguido a assassinar a professora no seu apartamento no Zango 0.
Apercebendo-se que a professora trocou a fechadura, o arguido arrombou uma das janelas e introduziu-se no apartamento onde aguardou a professora.
Tão logo a mulher chegou a casa, prossegue a acusação, deparou-se com o arguido que partiu para a agressão e desferiu vários golpes de faca na região do pescoço que a levaram à morte.
Após matar a professora, e de forma fria, o arguido a esquartejou e colocou o corpo numa mala, tendo-a levado para um matagal nos arredores da Centralidade do Sequele, onde abandonou o cadáver, como se de mercadoria se tratasse.
Entretanto, o homem ainda voltou ao apartamento e retirou do seu interior o fogão, a botija, um computador e um televisor que vendeu.
Para dissimular a sua malvadez, o assassino foi à escola da vítima e comunicou o seu desaparecimento.
O corpo da professora foi encontrado no dia 21 de Janeiro, num matagal, no bairro "Fortim", arredores do Sequele, longe das residências.
Após investigação, no mês de Outubro de 2022, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) descobriu o homicida e deteve-o.
Naquele mês, o pastor disse ao SIC que matou a professora porque foi usado pelo espírito satânico.