Monografias nas instituições privadas chegam ao meio milhão de kwanzas
Organizações estudantis e associações pedem regulamentação dos preços das monografias no ensino superior privado. MESCTI demarca-se alegando não ser sua competência, e IGAPE considera uma «questão sensível».

A não-uniformização dos valores a pagar para a preparação das monografias tem forçado estudantes do ensino superior privado a desembolsar valores acima de meio milhão de kwanzas. Por exemplo, para quem pretende "encerrar" o capítulo do ensino superior no Instituto Superior Politécnico do Cazenga (ISPOCA), o trabalho de fim de curso custa entre 200 mil Kz (curso de Direito) e 300 mil Kz (Engenharias e Saúde). A esses valores, juntam-se outros 47.500 Kz para o certificado, 60 mil Kz para o diploma, 15 mil do livro de honra, 10 mil Kz para a decoração da sala de defesa, para além de mais 75 mil de um pacote que engloba elementos como capa personalizada, emblemas, chapéu, épitoge e beca para a cerimónia de formatura. 

Cálculos mostram que um estudante finalista do curso de Engenharia ou Saúde do ISPOCA chega a desembolsar até 507.500 Kz só com os encargos para a monografia.

Noutro instituto superior politécnico, o Kangonjo (ISKA), os aspirantes a licenciados pagam à volta de 422.338 Kz para o canudo, ao passo que, na universidade Metodista de Angola, o valor ronda 213.750 Kz (120 mil Kz para a monografia e 93.750 Kz para a mesa de júri). Já na Universidade Católica de Angola, os estudantes desembolsam 175 mil Kz, ao passo que na Óscar Ribas 193.230 Kz.

Os gestores de algumas instituições justificam os valores cobrados com a implementação do IVA e encargos com os orientadores e o júri, um argumento fortemente rebatido pelas organizações estudantis e não só, que até já se têm queixado ao órgão de tutela, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), mas sem sucesso.

Por exemplo, o presidente do Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) diz não entender o porquê da disparidade dos preços das monografias nas instituições de ensino superior privada. Francisco Teixeira considera que esta situação se configura na "comercialização do ensino".

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