JLO pede à comunidade internacional que se abstenha de medidas punitivas unilaterais
O Presidente angolano apelou às Nações Unidas que coloquem a solidariedade e cooperação nas prioridades da agenda e se abstenham de medidas unilaterais punitivas, em prol da paz e desenvolvimento.

João Lourenço, que discursou na qualidade de Presidente em Exercício da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), considerou, na segunda-feira, 18, que esta é uma oportunidade "crucial" para avaliar os progressos na implementação dos ODS e tomar medidas para corrigir o que não esteja a ser realizado da maneira mais adequada.

Sobre a região da SADC, considerou que fez "progressos assinaláveis na implementação das prioridades de cooperação e integração regional", apesar dos condicionantes devidos à pandemia da covid-19, às alterações climáticas e à instabilidade que afectou alguns países da região.

"Tiveram um impacto negativo considerável na capacidade dos países cumprirem com maior eficácia os planos estratégicos que visam aprofundar a integração regional da África Austral e promover o seu desenvolvimento, numa perspectiva em que sobressaiam as ambições sobre a África que queremos, estabelecida na Agenda 2063 da União Africana", assinalou o Presidente angolano.

Para João Lourenço, os avanços poderiam ter sido mais significativos e mais expressivos, se não houvesse que lidar com a crise global e as crises específicas da região, além das dificuldades de acesso aos recursos financeiros "em condições comportáveis" para as economias destes países, sendo este talvez o principal problema para a realização de alguns projectos.

"Nada do que consta dos planos, objectivos e programas que temos delineado ao longo destes anos, poderá ser realizado de forma efectiva e com os resultados positivos que todos pretendemos obter, se não conseguirmos realizar um esforço coordenado no sentido de eliminarmos os conflitos, a instabilidade, a insegurança e a imprevisibilidade, que desencoraja o investimento e retira aos nossos mercados a credibilidade de que necessita para que os nossos parceiros internacionais invistam mais nas nossas economias", sublinhou o chefe de Estado angolano.

Estes objectivos, disse, "serão concretizáveis com um esforço conjugado entre todos, mas com muito menos constrangimentos e obstáculos" se a relação entre a região e a comunidade internacional "se desenvolver sem as medidas unilaterais punitivas contra Estados membros da SADC como no caso do Zimbabwe".

João Lourenço abordou, também, o tema das alterações climáticas, sublinhando a necessidade de disponibilização de recursos financeiros que assegurem o financiamento da adaptação até 2025, para se alcançar o objectivo de recapitalizar o Fundo Verde para o Clima.

"Gostaria de terminar, salientando a importância da cooperação global, da solidariedade e da acção conjunta para fazermos face aos múltiplos e complexos desafios que o mundo enfrenta actualmente, pelo que faço um apelo à Assembleia-Geral das Nações Unidas, no sentido de colocar esses propósitos no capítulo das prioridades da sua agenda para os próximos tempos", concluiu.

O dirigente angolano salientou a interdependência entre paz e desenvolvimento, afirmando que Angola vai continuar a desenvolver acções com vista à concretização futura da Visão 2050 da SADC, que prevê uma região com estabilidade política e social.

A Cimeira dos ODS é um dos eventos mais importantes desta semana, em que decorre a 78.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, reunindo na cidade norte-americana dezenas de chefes de Estado e de Governo de todo o mundo.

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