Os dados foram tornados públicos pela porta-voz do Instituto Nacional da Criança, Rosalina Domingos, acrescentando que os abusos sexuais atingem cidadãos de todas as idades, classes sociais, etnias, religiões e culturas. "O agressor, muitas vezes, é membro da família e aproveita-se da ingenuidade da criança para abusá-la sexualmente”.

Segundo Rosalina Domingos, no município do Lubango, província da Huíla, foram abusadas sexualmente, durante o período em referência, três crianças com 2, 7 e 8 anos. "A menor de dois anos está hospitalizada e o seu estado de saúde inspira cuidados. O pai, um jovem de 27 anos, está sob custódia do Comando Municipal da Polícia”.

A porta-voz do INAC deu a conhecer que, no município do Soyo, província do Zaire, uma criança de dez anos era abusada sexualmente pelo pai, desde o ano passado, segundo a denúncia. 

Em Cacuaco, um pai é acusado de abusar sexualmente duas filhas, de sete e 14 anos. Segundo familiares, os abusos sexuais têm sido frequentes. Os casos foram encaminhados para o Serviço Provincial do INAC, Gabinete Municipal da Acção Social e ao Comando Municipal da Polícia Nacional.

No mesmo município, o INAC recepcionou a denúncia de um caso de exploração de trabalho infantil numa carpintaria, que tem como "funcionária” uma criança de 12 anos.

"Um dado incomum aconteceu em Luanda, no Distrito Urbano de Talatona, onde um professor foi denunciado por acusar uma aluna de feiticeira. No decorrer da aula, escreveu no caderno da menor a palavra feiticeira e a partir daí os colegas passaram a insultá-la. Esta acção fez com que a aluna deixasse de frequentar a escola”, lamentou a porta-voz do INAC.

Rosalina Domingos fez saber que nas províncias de Luanda, Benguela, Malanje, Huíla, Cunene e Zaire foram recepcionadas 431 denúncias de diversos crimes contra crianças, durante a semana finda, com destaque para abusos sexuais, exploração de trabalho infantil, bem como ofensas físicas e psicológicas.

  A porta-voz do Instituto Nacional da Criança aconselha a população a denunciar crimes contra menores, por meio da linha de denúncia 15015, anónima, gratuita e confidencial.