Empresas chinesas estão a dar subsídios a quem tiver mais filhos
A China mudou de estratégia e quer agora que os seus cidadãos tenham mais filhos. E as empresas estão a dar incentivos aos casais para aumentar as famílias.

A empresa chinesa Trip.com, uma das maiores agências de viagens online do mundo, introduziu esta semana um novo subsídio para incentivar os trabalhadores a terem mais filhos. Os que estão na empresa há pelo menos três anos vão receber um bónus anual de 10 mil yuans (1.376 USD) por cada recém-nascido todos os anos, desde o primeiro aniversário da criança até os cinco anos de idade.

"Através da introdução deste novo benefício, pretendemos fornecer apoio financeiro que incentive nossos funcionários a começar ou aumentar suas famílias sem comprometer suas metas e realizações profissionais", disse o presidente executivo da Trip.com, James Liang, em comunicado na passada sexta-feira, dia 30 de Junho.

Mas existem outros exemplos. A Beijing Dabeinong Technology, uma empresa agrícola, anunciou o ano passado que daria um bónus em dinheiro de 90 mil yuans (12.391 USD) aos funcionários, homens ou mulheres, se eles tivessem um terceiro filho, segundo notícia publicada no China Securities Journal. Ter um primeiro ou segundo filho levaria a pagamentos de 30 mil yuans (4.130 USD ) e 60 mil yuans (8.260 USD), respectivamente.

Também o mês passado, a QiaoYin City Management, uma empresa de serviços de limpeza urbana, anunciou que ofereceria um bónus de 100 mil yuans (13.759 USD) às funcionárias que dessem à luz um terceiro filho. Um pouco por todo o território chinês multiplicam-se exemplos de empresas que estão a premiar o nascimento dos filhos dos seus trabalhadores.

Depois de estar em vigor durante décadas, o governo chinês cancelou a sua política do "filho único" em 2015, permitindo inicialmente que os casais tivessem dois filhos, mas a natalidade aumentou apenas em 2016, tendo voltado a valores mais baixos a partir daí. Por isso a estratégia é agora voltar a aumentar a população.

Recorde-se que a população da China encolheu em 2022 pela primeira vez em 60 anos, tendo registado uma taxa de 6,77 nascimentos por 1.000 pessoas, a mais baixa desde a fundação da China comunista em 1949. O país é agora a segunda nação mais populosa do mundo, tendo ficado atrás da Índia, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Isso aumenta o problema do envelhecimento da população, pode afectar o crescimento económico, reduz a receita tributária e as contribuições para um sistema de segurança social que já está sobrecarregado.

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