Opinião: A MULHER GESTANTE E O ÁLCOOL / O ÁLCOOL E AMAMENTAÇÃO
Certos pensadores afirmam que a vida humana tem início na fecundação dos óvulos ou seja na união dos gâmetas masculinos e femininos, por um lado os espermatozóides e por outro lado os óvulos.
Angop

Relativamente a vida pré-natal do feto, sabemos nós que o feto ou embrião desenvolve-se anatómica e fisiologicamente de acordo com a nutrição da mãe, há de facto um contacto em função do cordão umbilical, que estabelece a ligação, o vínculo entre o embrião e a placenta, tornando desse modo a criança dependente de tudo que a mãe ingere no seu organismo para o seu desenvolvimento e sobrevivência.

Ora vejamos, a má nutrição e a ingestão de álcool no organismo da gestante provoca sem quaisquer dúvida, danos irreversíveis, irreparáveis no enfoque estrutural e funcional da criança, deixando-o propenso, vulnerável a contrair patologias e síndromes enfatizando desse modo o síndrome de álcool que caracteriza-se por retardo no crescimento intra-uterino, retardo do desenvolvimento neuro-psicomotor e intelectual, distúrbios do comportamento, diminuição do tamanho do crânio (microcefalia), mal formações da face como nariz curto, lábio superior fino e mandíbula pequena, pés tortos, mal formações cardíacas, maior sensibilidade a infecções e maior taxa de mortalidade neonatal.

Tendo em conta essa perspectiva comprovada em termos científicos, no entanto desaconselho veemente as gestantes a não pautarem por uma nutrição irresponsável, desregrada, a ingestão do álcool no organismo e outros estupefacientes para não comprometerem a vitalidade do bebe, o seu desenvolvimento normal no ambiente pré-natal “intra-uterino”, bem como no ambiente pós-natal “extra-uterino”.

Na nossa vida quotidiana nos deparamos frequentemente com situações caricatas e de extrema preocupação social, situações essas que nos remetem a profunda reflexão e ao repúdio social, como é o caso de mães que consomem desmedidamente bebidas alcoólicas em estado de gestação, em estado de amamentação, “que tendem drogar-se e a drogar os seus bebes para ficarem em casa dormindo enquanto elas vão as festas”, mães que substituem o leite artificial do bebe pelo álcool ou seja ao invés de darem leite materno ou artificial ao bebe, substitui pela cerveja, etc. 

São inúmeras situações factuais que mexem com a sensibilidade dos mais sensíveis passa o pleonasmo, acredito que alguns fazem-nos por negligência, por desconhecerem as consequências negativas que podem advir desses comportamentos repudiáveis e nocivos e outros…

Precisamos com urgência mudar o quadro actual, precisamos formar e informar os pais, os tutores, realçando as mães com palestras e outras actividades de fórum educativas e apelativas dos riscos que submetem os petizes quando desvinculam-se dos padrões, das cautelas que têm que ter enquanto gestante.

Os dados estatísticos não desmentem-me, demonstram tão somente o índice elevadíssimo de mortalidade infantil como sabemos neste capítulo o nosso país lidera.

Quanto ao ambiente pós-natal: Dizia o saudoso psicólogo Albert Bandura na teoria de aprendizagem social, as crianças aprendem por observação e imitação dos seus modelos, grande maioria das crianças têm os seus progenitores como modelos, a tendência é acredita-los e emita-los, daí o meu humilde apelo vai no sentido de haver ponderação, prudência no relacionamento com as crianças, que os tutores dêem de facto os imputes necessários para formação de uma personalidade, de um carácter que condiga aos preceitos estabelecidos socialmente, assim sendo o petiz precisará do tutor  o amor, atenção, educação, carinho, protecção em suma os melhores exemplos possíveis.

O homem é um animal que possui entre todos outros vertebrados e mamíferos a maior capacidade de assimilar e processar informações do meio ambiente, reproduzi-los com criatividade e inova-los. Nessa perspectiva a natureza concedeu a mãe a capacidade, o poder de gerar uma vida, a força e o poder de domínio e influencia sobre a cria na assimilação de bons e maus hábitos, portanto acredito que é factível mudarmos o quadro actual, que ainda deixa a desejar no que cerne todo um processo que envolve as crianças, contudo assumamos as nossas responsabilidades maternais e paternais.

“Os verdadeiros pais não são aqueles que trazem os filhos ao mundo, todavia são aqueles que na verdade educam, formam, transmitem os valores necessários e fundamentais para a vida, portanto sejamos pais verdadeiros, é um desafio que vos proponho, não sejam supostos, sejam verdadeiros.”

Texto de Osvaldo Sumbo Manuel

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