Mais uma morte em confronto entre a polícia e as zungueiras
Um morto, dezenas de feridos, entre polícias e civis, e danos provocados em equipamentos públicos e viaturas é o balanço ainda provisório da revolta popular despoletada ontem, ao final da tarde, na Av. 21 de Janeiro, no Rocha Pinto, em Luanda, pelo disparo letal de um agente da Polícia Nacional (PN) contra uma zungueira.

Como resultado deste episódio de extrema violência nas ruas de Luanda, foram detidos pela Polícia Nacional "pelo menos 18 pessoas" por suspeita de envolvimento na arruaça e o agente que alegadamente disparou sobre a vítima mortal está igualmente detido.

A PN enviou um forte contingente para o local de forma a repor a ordem mas foi confrontada com vários focos de incêndio, na maior parte com pneus a arder no meio da via, e ainda com apedrejamento tanto da força de segurança como contra as viaturas civis que circulavam pelo local naquele momento.

Há informações não confirmadas sobre a possível existência de mais mortes e o número de feridos graves apontar para a possibilidade de vir a aumentar o número de fatalidades devido à violência que ocorreu entre populares e a polícia, como relataram ao NJOnline diversas testemunhas oculares.

Uma das pessoas que assistiu aos tumultos da 21 de Janeiro deste o seu início, embora não tendo assistido ao disparo letal sobre a zungueira, contou ao NJOnline que por detrás desta reacção das pessoas está não só o desejo de manifestar a revolta contra a acção policial mas também uma consequência de uma insatisfação social latente devido à deterioração das condições de vida.

Na reacção oficial a estes tumultos, a PN, em comunicado, explica que na génese destes confrontos esteve uma actividade normal de manutenção da ordem pública da polícia, colocando como razão para a morte da mulher um "suposto" disparo de um agente policial.

Esse disparo, ainda segundo o documento emitido pela PN, "originou uma situação de confronto entre as forças da ordem e a população residente naquele território, o que obrigou medidas policiais proporcionais, capazes de repor a ordem pública".

A PN aproveitou este momento para lançar um apelo à população de Luanda para "não entrar em euforia e a evitar o desacato às autoridades policiais em situações semelhantes", endereçando ainda "os mais profundos sentimentos de pesar" à família enlutada.

De salientar que há dois anos Angola-Online noticiou a morte de uma zungueira de 29 anos, que foi atropelada mortalmente, no município de Viana, quando tentava fugir dos agentes da Polícia Nacional.

Fonte: Novo Jornal

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