TEORIAS SOCIOLÓGICAS: O PROBLEMA DA ORDEM
- Há total liberdade na acção dos indivíduos em sociedade?
- Se não, o que condiciona a acção dos diferentes actores sociais?

Considerado que os indivíduos estão dotados de liberdade e, nem sempre estão em comunicação entre si, como se explica o facto de as relações em sociedade não se apresentarem de forma caótica? Esta questão tem estado no centro da análise da teoria sociológica ao longo dos tempos. 

A resposta a esta questão pode-se resumir no “problema da ordem” (Pires, 2007: 15). Falta para a sociologia um corpus teórico unificado. Facto que vem se agravando, ao longo dos tempos, com a multiplicação de teóricas concorrentes.

Dentre as várias divergências existentes, as que giram em torno da questão micro/macro e ação/estrutura têm captado grande interesse da comunidade científica. Estas dicotomias são particularmente mais sonantes quando se trata de produzir modelos analíticas capazes de explicar a questão da “ordem social”(Pires,2007:12).

Após fracassada a busca empreendida por Parsons no sentido de compatibilizar o idealismo e o materialismo, a acção voluntária e a determinação estrutural, delimitaram-se dois territórios teóricos. O primeiro enfatiza o livre arbítrio e a autonomia individual e é povoado pelas teorias da troca, da ação racional, internacionalismo simbólico e a etnometodologia e o outro (segundo) centrado nos condicionalismos das estruturas sobre a acção, marcado pelas teorias do conflito (Alexander,1987). 

De acordo com este autor, têm emergido, no âmbito dos “novos movimentos teóricos”, diversas propostas de síntese que procuram articular estes diferentes níveis de análise, na medida em que se constroem consensos em torno de que os significados que os actores atribuem as suas acções nem sempre são elaborados com total independência das estruturas sociais para além de se inscreverem em contexto espacio-temporais específicos.

Nos próximos dias publicaremos um conjunto de curtos ensaios, como tentativa de caracterizar, resumidamente, algumas destas propostas e coloca-las numa perspectiva comparada, de modo dar-se conta do alcance e o limite de cada uma delas, ao mesmo tempo que se alerta para os riscos a que nos expõem as posições mais extremadas.

Opinião de MBangula Katúmua

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