O discurso do PR e a sua força magnética
Os discursos do Presidente da República, independentemente do status quo, inauguram sempre uma nova etapa para o país por quanto todo discurso ou toda acção do Presidente mobiliza um conjunto de reacções ao nível de todas estruturas do Partido que sustenta o governo
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Os discursos do PR são sempre transversais à vida das populações porque de longe ou de perto modificam todo o arcabouço administrativo, estrutural e funcional do país.

É visível a expectativa que se move em torno de qualquer discurso do PR como são incontornáveis as inquietações, as reflexões e análises sobre o que o Presidente disse ou sobre o que quererá dizer.

A proeminência dos discursos do PR justifica-se naturalmente pelo tempo de governação, ou seja, o PR tem legitimidade e experiência suficiente para abordar o país nos seus mais variados aspectos.

Mais de três décadas no Poder permitiram ao PR conhecer o Povo ao ponto de melhor conhecer o que os angolanos precisam de ouvir nos diferentes contextos, particularmente os conflituosos e penosos.

Por outro lado, não podemos refutar a ideia de que existe uma afinidade considerável entre o povo e o PR na medida em que “toda experiência que o PR tem como governante adquiriu-a com o povo angolano e quase toda experiência que este último tem como governado adquiriu-a com o PR”.

A razão deste artigo não centra-se propriamente no discurso nem no seu conteúdo mas nos seus contornos mediáticos e no day-after.

Para mim, o discurso do PR para além de provocar metamorfoses sociopolíticas evidentes modifica as tendências de opinião, volições e até mesmo idiossincrasias desde o cidadão mais humilde (da base) ao cidadão mais comprometido ou com responsabilidades acrescidas (do topo).

Neste cenário, os meios de comunicação social procuram explorar as situações e os diversos ângulos de abordagem com subsídios dos analistas políticos ou de discursos mediáticos que são sobejamente conhecidos por todos telespectadores da Televisão angolana. Não preciso mencionar os famigerados analistas políticos que têm sempre “privilégio” para analisar o discurso do PR.

Apraz-me ressalvar que falo dos analistas de discurso mediático que a TV angolana habituou-nos, ou seja, aqueles que se enquadram nos seus critérios editoriais e que com certa responsabilidade e perspicácia interpretam os discurso do PR.

Confesso que tais analistas são até certo ponto úteis porque são fiéis ao discurso, às intenções, à fala sob pena de caírem num juízo de valores.

Deste modo, podemos dizer que quem procede desta maneira não pode ser considerado analista mas intérprete de discursos mediáticos ou até mesmo de massa.

O Analista político expõe e perscruta os discursos com verticalidade e perspicácia situando o discurso e orador no tempo e no espaço sem ignorar a sua devida correlação com a prática. Muitos destes analistas políticos enterram a cabeça na areia feito “avestruzes” fazendo vista grossa à muitos problemas pelo simples facto do PR não os dar voz ou não os assumir verbalmente.

Quando não se portam como avestruzes portam-se como “papagaios” retransmitindo ou ecoando apenas interpretações em sede do próprio discurso.

Pelo que tenho acompanhado, desde o último discurso do PR por altura do 7º Congresso do MPLA, passaram existir (para muitos desses analistas) alguns problemas porque o PR os escalpelizou.

Só por via do discurso do PR é que muitos analistas de discursos mediáticos reconhecem que falta apoio ao Empresariado nacional, há pouca valorização de ideias e projectos de outras individualidades, que a taxa de mortalidade infantil é deveras preocupante, que precisa se reforçar a aposta na educação e que “o MPLA só erra porque faz alguma coisa.

Todavia só posso fazer jus ao título deste artigo de que muitos analistas políticos e não só são fortemente influenciados pelo discurso do PR.

Danilson Lata

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