UNITA garante que não há condições nenhumas para voltar a ocorrer uma guerra em Angola
A UNITA divulgou hoje, em Luanda, numa mensagem destinada também a comunidade internacional, que não existem em Angola nenhumas condições políticas e psicológicas para se falar de guerra como diz estarem a fazer pessoas próximas do MPLA, o partido que governa o país desde 1975.

"Neste contexto, uma força eleitoral, como a nossa, que está segura da sua vitória inapelável, não está interessada na desestabilização do País", disse aos jornalistas o director da campanha eleitoral da UNITA, Paulo Lukamba Gato, que, em conferência de imprensa, fazia o balanço dos 15 dias da campanha.

Segundo este dirigente da UNITA, "o regime quer manter o seu poder hegemónico a todo custo" e não se tem mostrado preparado para aceitar e conformar-se com a "vontade da maioria dos cidadãos angolanos, expressa na verdade eleitoral".

"No quadro da campanha eleitoral, alardeia-se que a candidatura de Adalberto Costa Júnior e da UNITA está a ser financiada pelos marimbondos com o dinheiro do País. O objectivo de tal campanha é apenas procurar parar o grande e crescente movimento da UNITA e do seu candidato", disse o director da campanha do partido do "Galo Negro".

"Nos últimos dias, o candidato João Lourenço (do MPLA), tem apelado para que todos os partidos políticos aceitem o resultado das eleições que forem publicados pela CNE. É precisamente esse apelo que nós lhe devolvemos, para que ele aceite os resultados eleitorais saídos das urnas e não procure fabricar resultados estranhos à vontade dos cidadãos eleitores", acrescentou.

Apelou ao MPLA que "respeite a Constituição e a Lei, deixando desde logo, de interferir na CNE".

Insistindo no lema da UNITA "votou, sentou" disse que os seus eleitores vão cumprir a Lei que determina o distanciamento de 500 metros à espera do resultado da contagem de votos.

"Os que estão a dizer que essa intenção é ilegal não citam nenhuma disposição da Lei Eleitoral que suporte essa afirmação", referiu, frisando que a Lei eleitoral é "muito clara" em relação a isso, "afirmando implicitamente o direito dos cidadãos controlarem e defenderem o seu voto expresso da sua soberania".

Relativamente à contagem paralela de votos nas próximas eleições, disse que não existe nenhuma ilegalidade, sendo que o próprio MPLA fez sempre isso no centro de contagem da sua sede.

"Estamos em crer que as actas nas assembleias de votos são entregues aos delegados de lista dos partidos políticos concorrentes, por força da Lei Eleitoral, para que estes partidos possam ter a sua própria contagem e em caso de desconformidade de resultados, possam reclamar diante da CNE, em processo gracioso, e diante do Tribunal Constitucional, em processo contencioso", assegurou.

Para o director da campanha da UNITA, o regime e os seus aliados internos e externos, têm procurado convencer a opinião pública nacional e internacional que a tendência de voto dos angolanos é favorável à continuidade.

"São constantemente servidas notícias manipulados, cujo alinhamento coloca invariavelmente o partido do regime e seus feitos em cartaz, enquanto o candidato da alternância aparece em último, com espaços reduzidos ou nem aparece", lamentou.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).

A Comissão Nacional Eleitoral criou 13.238 assembleias de voto, constituídas por 26.443 mesas, no território nacional, enquanto que para a votação dos eleitores inscritos no estrangeiro foram criadas 26 assembleias de voto com 45 mesas de voto. Para este total de mesas de voto foram recrutados 105.952 membros.

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