Supostos agentes da Polícia que usaram farda para apelar voto a UNITA serão detidos
Dezenas de fotografias de indivíduos com fardas da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), camuflando a sua identidade mas mostrando três dedos, num claro apelo ao voto na UNITA, porque é esta a sua posição no boletim de voto, surgiram esta semana nas redes sociais, o que gerou preocupação nas chefias, que mandaram investigar a situação porque se trata de instituições apartidárias que não se intrometem nas questões da campanha eleitoral.

A Polícia Nacional garante que, no decurso das investigações realizadas, foram identificados alguns dos supostos autores que usaram as fardas para fazerem propaganda política e que a qualquer momento podem ser detidos.

"Os efectivos dos órgãos de defesa e segurança são apartidários. Não podem fazer qualquer tipo de campanha política nem estar a favor do partido A ou B. Estão ao serviço dos cidadãos e enquanto polícia não podem apelar ao voto em nenhum partido", disse uma alta patente do comando-geral da Polícia Nacional.

Segundo esta fonte, os supostos efectivos que aparecem nas redes socias apelando ao voto no partido UNITA e no seu líder Adalberto Costa Júnior são falsos policias e falsos militares e já estão identificados.

A fonte não precisou o número dos supostos falsos polícias e militares identificados pelos órgãos de investigação policial, mas avançou que na sua maioria são cidadãos residentes nas provinciais de Luanda e de Benguela.

A mesma preocupação existe nas fileiras das FAA, havendo mesmo algumas que remetem para alegados elementos de forças especiais.

Nas imagens, os supostos efectivos da PN e das FAA manifestam-se, quase sempre, mostrando os três dedos, e só em raras ocasiões juntam palavras às imagens apelando ao voto no partido do "Galo Negro".

Uma outra fonte do Ministério do Interior, assegurou ao Novo Jornal que os efectivos da PN estão instruídos a não fazerem qualquer tipo de campanha política partidária e realça que as pessoas nas imagens não poder ser efectivamente elementos afecto a corporação.

UNITA critica mas lembra que actos surgem do descontentamento 

Marcial Dachala, porta-voz da UNITA, admitiu que essas imagens existem e são de efectivos reais mas admitiu que se trata de "um excesso porque as FAA e a PN são instituições republicanas apartidárias que, por regra, não devem tomar partido".

No entanto, este dirigente da UNITA admite que se trata de "demonstrações claras de descontentamento" e que esse "descontentamento não pode ser ignorado", sublinhando, todavia, que "a UNITA nada tem a ver com estes actos e com qualquer tipo de incentivo a que o façam".

"Quem o quiser fazerem que o faça sem os símbolos das instituições", disse Dachala, acrescentando que "é errado pensar-se que se trata de falsos agentes ou militares", embora com comportamento criticável, apelando aos comandantes da PN e das FAA para apelarem e sensibilizarem os seus homens e as suas instituições a não tomarem partido por "nenhum dos concorrentes", seja da UNITA, do MPLA ou de qualquer outra força política.

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