Angolanos presos em Adis Abeba por tráfico de drogas
O Aeroporto Internacional de Adis Abeba faz parte da rota do tráfico de droga que chega a Angola. Na Etiópia há 14 angolanos presos por envolvimento em narcotráfico.

Os 14 angolanos, sete homens e igual número de mulheres, na sua maioria provenientes do Brasil, utilizaram o Aeroporto Internacional de Bole, como mulas de droga, com o objectivo de fazer chegar o produto a Luanda.

O embaixador de Angola na Etiópia, Francisco da Cruz, disse que recentemente, uma mulher angolana foi julgada e condenada a uma pena de 12 anos naquele país.

Francisco da Cruz, que lembrou que Angola não tem acordo de extradição de reclusos com a República Federal Democrática da Etiópia, falou da necessidade de uma cooperação entre os dois Estados no tratamento desta questão, quer do ponto de vista preventivo, quer daqueles que já estão a contas com a justiça, defendendo uma "possível extradição de alguns deles para o cumprimento das suas penas em território nacional".

As histórias de tráfico de droga entre o Brasil e Angola vão-se acumulando. No início do ano, um avião da TAAG, que fazia a ligação entre a capital brasileira e a capital angolana, transportava cocaína dentro de mochilas escondidas na casa-de-banho, num painel atrás da sanita, mas a alça de uma das mochilas ficou à vista, o que levantou suspeitas da tripulação que de imediato accionou a polícia federal.

Uns dias depois, uma angolana conseguiu fazer entrar em Luanda uma mala com mais de 18 quilogramas de cocaína, proveniente do Brasil, dissimulada em 27 embalagens de sabonete líquido, mas não foi levantá-la aos armazéns do Terminal de carga 2, no Rocha Pinto, onde ficou abandonada quase dois meses. A mulher foi detida após 44 dias de investigação.

Outras histórias têm vindo a ser denunciadas nas redes sociais, o que levou o Serviço de Investigação Criminal a informar que está a investigar uma suposta rede de tráfico de droga em que estão referenciados efectivos e altos responsáveis deste órgão policial, com base em "inúmeras informações postas a circular".

Em nota enviada às redacções a 6 de Janeiro, o SIC afirmava que desencadeou "de imediato", o competente processo de investigação para "apuramento da veracidade das informações e tomar as medidas que se impõem".

No documento, o SIC reafirmava que "está fortemente empenhado no combate ao tráfico de droga em toda extensão do território nacional, sobretudo, nas zonas fronteiriças, onde em plena coordenação com outros órgãos de defesa e Segurança, tem produzido resultados operativos satisfatórios, que culminaram com a apreensão de avultadas quantidades de drogas, principalmente do tipo cocaína, no Porto e Aeroporto Internacional de Luanda, com proveniência do exterior do país, que tendem a utilizar Angola como ponto de trânsito".

Entretanto, no dia 08 de Fevereiro, o ministro do Interior esteve no Parlamento, a pedido do MPLA, para ser ouvido pela segunda comissão e refutou qualquer envolvimento de altas patentes da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal no tráfico de drogas

No dia anterior à audição de Eugénio Laborinho, o Grupo Parlamentar da UNITA deu entrada de um requerimento no gabinete da presidente da Assembleia Nacional solicitando uma audição, com "carácter de urgência", ao procurador-geral da República, ao ministro do Interior e ao director-geral do Serviço de Investigação Criminal, também a propósito do tráfico de droga no País, mas ainda não obteve resposta ao pedido.

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